Galera, tava lendo a matéria do teste de longa duração que a 4Rodas fez num Ka 2008. Como o motor e o câmbio são os mesmos do nosso Fiesta (MK 6,5), podemos aplicar o resultado de muitos itens do teste ao nosso carro. Mas um ponto importante do teste foi que o Ka rodou os mais de 60.000 somente com etanol.
...Fraquejando...
Do meio do teste para a frente, alguns sintomas começaram a atormentar nosso Ka. Apresentava soluços e falta de força que foi se agravando com o tempo. Nas revisões de 40 000 e 50 000 km, apesar de nossas reclamações, pouco foi feito. O tratamento apresentado consistia em limpar bicos e/ou reajustar a injeção, como foi feito aos 50 000 km. No teste final de pista, tivemos o testemunho dos instrumentos a nosso favor: O desempenho do Ka havia caído consideravelmente desde o teste da chegada. Vale lembrar que a maioria dos carros costuma se sair melhor na prova saideira.
As primeiras pistas do problema surgiram ainda antes da desmontagem. Na medição de compressão, Fukuda chegou ao valor médio de 100 psi em todos os cilindros, muito aquém do parâmetro informado por um concessionário da marca, que nos indicou o valor de 170 psi como referencial, já que a Ford não revela esse dado. Segundo o engenheiro-chefe de motores, Enio Gomes, o número é considerado informação confidencial restrita aos concessionários e às oficinas credenciadas. Mas deu pistas. A Ford considera o valor de 170 psi aceitável para um carro de 60 000 km. E 100 psi "muito ruim, muito ruim mesmo".
Então por onde a compressão vazava? O bloco do motor parecia inocente. Também os anéis, responsáveis por manter o óleo fora da câmara de combustão na movimentação dos pistões, embora gastos, tinham as medidas dentro do limite de tolerância da fábrica. Pistões, cilindros e virabrequim estavam em ordem. Já no andar de cima, no cabeçote, os estouros no coletor de admissão indicavam algo suspeito. Revelavam que a vedação das válvulas de admissão estava deficiente, o que fazia com que a mistura pressurizada tomasse o caminho inverso no momento da compressão do cilindro, estourando no coletor de admissão.
Consultamos então o especialista em cabeçotes João Eduardo Ramos de Paula, da retífica Paula Faria, de São Paulo. Ele diz que o vazamento pelas válvulas de escapamento não é exclusivo do RoCam 1.0, que equipa Ka e Fiesta. O problema é comum nos motores 1.0 em geral. "Com o refinamento desses motores, a queima é total. E o combustível nem chega a resfriar as válvulas de admissão. Quando se usa álcool, combustível mais seco, isso é agravado, uma vez que, diferentemente da gasolina, ele tem ação lubrificante reduzida, deixando a temperatura ainda maior."
Essa característica, segundo o especialista, aumenta a dilatação das válvulas de aço, o que com o tempo causa alargamento das sedes de válvula. O resultado disso é o vazamento de compressão. Foi o que aconteceu com o Ka. Na remontagem, nosso consultor técnico fez apenas uma correção das válvulas - acertando o ângulo de assentamento - e um brunimento manual das sedes do cabeçote. O resultado apareceu no novo teste: 230 psi no primeiro cilindro e 240 psi nos demais, dentro do parâmetro de fábrica, segundo o engenheiro Enio Gomes...
Confiram a matéria completa abaixo:
Revista 4Rodas: Teste de longa duração do Ford Ka
...Fraquejando...
Do meio do teste para a frente, alguns sintomas começaram a atormentar nosso Ka. Apresentava soluços e falta de força que foi se agravando com o tempo. Nas revisões de 40 000 e 50 000 km, apesar de nossas reclamações, pouco foi feito. O tratamento apresentado consistia em limpar bicos e/ou reajustar a injeção, como foi feito aos 50 000 km. No teste final de pista, tivemos o testemunho dos instrumentos a nosso favor: O desempenho do Ka havia caído consideravelmente desde o teste da chegada. Vale lembrar que a maioria dos carros costuma se sair melhor na prova saideira.
As primeiras pistas do problema surgiram ainda antes da desmontagem. Na medição de compressão, Fukuda chegou ao valor médio de 100 psi em todos os cilindros, muito aquém do parâmetro informado por um concessionário da marca, que nos indicou o valor de 170 psi como referencial, já que a Ford não revela esse dado. Segundo o engenheiro-chefe de motores, Enio Gomes, o número é considerado informação confidencial restrita aos concessionários e às oficinas credenciadas. Mas deu pistas. A Ford considera o valor de 170 psi aceitável para um carro de 60 000 km. E 100 psi "muito ruim, muito ruim mesmo".
Então por onde a compressão vazava? O bloco do motor parecia inocente. Também os anéis, responsáveis por manter o óleo fora da câmara de combustão na movimentação dos pistões, embora gastos, tinham as medidas dentro do limite de tolerância da fábrica. Pistões, cilindros e virabrequim estavam em ordem. Já no andar de cima, no cabeçote, os estouros no coletor de admissão indicavam algo suspeito. Revelavam que a vedação das válvulas de admissão estava deficiente, o que fazia com que a mistura pressurizada tomasse o caminho inverso no momento da compressão do cilindro, estourando no coletor de admissão.
Consultamos então o especialista em cabeçotes João Eduardo Ramos de Paula, da retífica Paula Faria, de São Paulo. Ele diz que o vazamento pelas válvulas de escapamento não é exclusivo do RoCam 1.0, que equipa Ka e Fiesta. O problema é comum nos motores 1.0 em geral. "Com o refinamento desses motores, a queima é total. E o combustível nem chega a resfriar as válvulas de admissão. Quando se usa álcool, combustível mais seco, isso é agravado, uma vez que, diferentemente da gasolina, ele tem ação lubrificante reduzida, deixando a temperatura ainda maior."
Essa característica, segundo o especialista, aumenta a dilatação das válvulas de aço, o que com o tempo causa alargamento das sedes de válvula. O resultado disso é o vazamento de compressão. Foi o que aconteceu com o Ka. Na remontagem, nosso consultor técnico fez apenas uma correção das válvulas - acertando o ângulo de assentamento - e um brunimento manual das sedes do cabeçote. O resultado apareceu no novo teste: 230 psi no primeiro cilindro e 240 psi nos demais, dentro do parâmetro de fábrica, segundo o engenheiro Enio Gomes...
Confiram a matéria completa abaixo:
Revista 4Rodas: Teste de longa duração do Ford Ka